Plano Expansão = Plano Eleitoreiro


Eu faço parte dos 3,3 milhões de pessoas que utilizam o Metrô de São Paulo como principal meio de transporte todos os dias.
Não sei qual a porcentagem de usuários que assim como eu, tem notado que o serviço do metrô tem deixado muito a desejar e que temem a ocorrência de acidentes nas plataformas durante o embarque e desembarque dos trens.
Como usuária, o que se pode observar é que o metrô de São Paulo está cada vez mais lotado e andando mais devagar. E isso apesar da ampla divulgação do Plano Expansão do Transporte Metropolitano, do governo do Estado que promete uma Revolução sob os trilhos.
Quando digo ampla divulgação, me refiro às constantes propagandas feitas pela televisão e estações de metrô - e mesmo dentro dos vagões. Para os mais distraídos, o Plano Expansão tem sido considerado o maior projeto de transporte público e até sua conclusão em 2010 (!) terá o investimento de R$ 20 bilhões. Segundo informações publicadas no site, a intenção é quadriplicar os trilhos de 61,3 km para 240 km, resultando no aumento de 55% de pessoas que utilizam o metrô.
Assim como eu, você também deve ter ficado impressionado, espantado com essa estimativa para o aumento de usuários do metrô, e já visualizou a cena da superlotação habitual dos vagões a qual você enfrenta todos os dias Com o acréscimo de 55%: com certeza passou pela sua cabeça a imagem da sempre lotada estação da Sé com 55% a mais dos costumeiros empurrões e cotoveladas que acompanham a tentativa das pessoas em embarcarem no metrô.
A “Revolução” aponta uma diminuição no tempo de espera dos trens, que realmente passam a cada 101 segundos contudo não diz sobre os constantes momentos em que o trem pára entre uma estação e outra para aguardar a movimentação do trem à frente. Lá se vão preciosos minutos sem que saiamos do lugar.
No trajeto diário que faço até a estação São Joaquim, no bairro da Liberdade, já presenciei em uma mesma viagem, três paradas – na Parada Inglesa, Luz e antes de chegar à São Joaquim. O percurso que deveria durar menos de meia hora se prolonga devido às paradas e a baixíssima velocidade.
Tais incidentes chamam a atenção para a segurança sob os trilhos e possíveis ocorrências de acidentes como o ocorrido recentemente em Washington, EUA, quando dois trens colidiram matando nove e ferindo outras 70 pessoas. Afinal, se o trem não pode se movimentar por causa de um outro a frente, tem trens demais na linha! A linha Vermelha – Corinthians-Itaquera - Barra Funda, tem operado quase no limite de sua capacidade máxima, com o uso de 42 dos 47 trens existentes na linha.
Sem falar de quando você entra no metrô, e em determinado momento da viagem é obrigado a descer, pois o trem será recolhido. Como assim recolhido, no meio do percurso? Há um tempo, embora minha amiga e eu tenhamos saído separadas da faculdade, nos vimos chegando ao terminal Tucuruvi juntas, pois por duas vezes foi pedido aos passageiros que aguardassem na plataforma um próximo trem – na estação Luz e em Santana. Outra situação como essas ocorreu em uma típica sexta-feira, mais de 11 horas da noite, em que a estação São Joaquim estava em polvorosa porque um trem havia sido esvaziado ali. Difícil para quem tentava embarcar, mais difícil ainda para os funcionários do metrô que tentavam controlar a situação sem incidentes mais sérios.
Há quem considere o plano Minha casa, Minha Vida do governo federal como uma manobra eleitoreira, visando a eleição presidencial do próximo ano. No entanto, não deixa de ser curioso de que iniciado em 2007, o prazo estipulado para a conclusão desse plano seja datada para o ano de 2010, ano de eleições presidenciais e cujo primeiro lugar nas pesquisas de intenções de votos é atribuído ao atual governador de São Paulo, José Serra, do PSDB. É inevitável não pensar no termo manobra eleitoreira para esse plano, pois não há outros grandes investimentos nas diversas áreas de atuação pública divulgado a população, e visível fica o uso futuro do Plano Expansão como principal bandeira na campanha presidencial do candidato tucano.
por Raíssa Torres.

Um comentário:

Rosa Cipriano disse...

Mais 1, de muitos... INFELIZMENTE.