Episódio de horror em Gonçalves/MG

Tive um problema com um policial em Gonçalves, sul de Minas Gerais, lugar onde tenho um sítio desde 1992. Conheço Gonçalves há muitos anos, antes de 1980 já freqüentava a casa da Dona Delfina e o Sr. Bernardino, no sertão do Canta Galo, em Gonçalves. É um lugar que amo, tanto que publiquei poesias sobre o sertão na última edição de 2010.

Quando freqüentava o sul da Mantiqueira, Gonçalves nem constava no mapa. Hoje, é uma cidade mais linda ainda e bem organizada que eu adoro.

Alguns feriados e alguns fins de semana vou a Gonçalves, sempre com a família, amigos e parentes que curtem comigo o lugar frio, cheio de araucárias e quaresmeiras. Meus filhos cresceram nesse lugar e amam e respeitam a natureza. Meu sítio fica no Sertão do Canta Galo.

Sou jornalista, escritora e professora universitária, trabalho num jornal institucional e num programa de TV, também institucional. Leciono desde 1979. Sou ética, profissional e bastante responsável.

Escrevo para registrar abusos e publicar sobre um seriíssimo problema que tive com um policial, o Cabo Castro e que, na hora, deixou-me bastante amedrontada. Mas, depois, conversando com meu marido, amigos e filhos, deixei pra lá. Esse foi meu maior erro.

No dia 21 de abril de 2009, fui à cidade de Gonçalves comprar queijos e vinhos na casa de queijos de Rosana e Tânia (acho que são estes os nomes) Estava lá quando vi o Cabo Castro apontando uma enorme arma para minha filha que estava dentro do carro, estacionado em frente à queijaria. Fiquei atordoada, larguei os queijos e corri. Disse-lhe, assustada:

“- O que é isso seu guarda, pelo amor de Deus”

“- Que guarda o quê, não sou guarda, sou um policial. Sou o cabo Castro e ela (apontou a arma para minha filha) fez uma manobra indevida com o carro”, disse o policial.

Sem tirar a arma apontada para minha filha que estava desesperada e inerte dentro do carro. E ficou bastante traumatizada, tanto que faz tratamentos até hoje. Esse episódio de terror ficou marcado em nossas almas. Tanto que quase dois anos depois, nunca mais entramos na queijaria, nem minha filha, nem eu, nem outro filho, nem marido, nem parente algum ou amigos. Ficamos traumatizados, não compramos quase nada na cidade, levamos de casa vinhos, queijos etc.

Cabo Castro gritava, estava totalmente desequilibrado, apontava a arma e num determinado momento, perguntou se éramos de São Paulo. Respondi que sim e escutamos os gritos:

“- Paulista é tudo folgado, se vocês estão pensando que vão fazer o que quiserem aqui, estão enganados. Aqui, paulista não tem vez. Paulista tem que ser colocado em seu lugar, direitinho, na marra. E gritava, deixa comigo. Pisa na bola pra ver o que acontece. Pisou na bola, entrou bem. Ela, dizia ele, apontando a arma para minha filha, fez uma manobra indevida, não pode virar aqui, entendeu?” Dizia gritando

“- Desculpa-nos, mas, estamos passeando, fazendo compras, estamos distraídos. É feriado, tenho sítio no sertão. Não faço nada de errado, tenho um sítio aqui e venho há anos em Gonçalves”, disse a ele que ainda apontava a arma pra minha filha.

“- Não interessa, aqui não é São Paulo não. Errou, pagou pelo erro. Entendeu???. Você tá passeando, eu tôo trabalhando e tenho autoridade aqui, aqui é meu lugar, não o seu. Entendeu?””

Fiquei desesperada, implorei para ele baixar a arma, por um momento achei que aquele policial, o Cabo Castro, iria atirar na minha filha. Por Deus, eu dizia. Meu marido interferiu, tentou acalmá-lo. Mas, nada. Meu primo Luis Fernando também tentou acalmá-lo também. Mas, nada.

“- Não cometemos crime, se minha filha fez manobra ilícita como falou, o senhor multa, mas não aponta a arma pra ela. Isso é abuso de autoridade”, disse-lhe.

Nisso, um policial chega, mas não se identifica. Era alto, magro, cabelos encaracolados castanho claros. Chegou e disse:

“- Olha, desculpe aí, o cabo confundiu vocês com uma mulher que estamos procurando, essa mulher é procurada porque está cortando muita árvore proibida aqui. E a hora que encontrarmos essa mulher, vamos colocá-la no lugar dela e enviá-la diretinho para São Paulo, porque paulista aqui, pensa que pode, mas não tem vez não. Mas, foi só um engano. Peço desculpas em nome dele. Vocês podem ir embora”, disse o policial.

Mas, o cabo Castro disse que não iríamos antes de fazer a multa. Vou multar, gritava e emoldurava um sorriso sarcástico que metia medo.

Estava apavorada e disse-lhe que multasse então, porque minha filha estava passando mal, disse-lhe que ela sofria de Síndrome do Pânico e estava em tratamento há dois anos. Foi ai que baixou a arma e foi escrever a multa, pediu os documentos novamente, porque da primeira vez que pediu, assim que tentei abrir a porta do carro, ele fechou com o pé.

O policial não identificado, pediu ao cabo Castro que agilizasse a multa. Assim, ele fez. Nisso, outro policial chega, era branco, de estatura mediana, meio gordinho, usava chapéu e tinha cabelos castanhos escuros. Parou o carro e ficou ali só olhando.

Depois de um tempo, pediu ao cabo Castro para devolver os documentos. Pegamos as carteiras de habilitação. Quando fui pegar a carteira, ele segurou um pouco, olhou pra mim e disse:

“- Cuidado, estou sempre nessa minha cidade e gente de fora, aqui, são vocês. Ficou uns segundos segurando a minha habilitação e a da minha filha também. O segundo policial que chegara pediu ao Cabo Castro para devolver os documentos. Ele devolveu e entrou rindo no carro.

Quando eles estavam indo embora, o cabo Castro passou com o carro bem devagar, olhando-me de forma intimista. Nervosa e com muita revolta, olhei e falei pra ele: “ – Vou te processar por abuso de autoridade” .

Em seguida, ele foi embora, ainda olhando pra trás.

Eu fiquei ali parada, meus amigos e parentes estavam amedrontados, ficamos parados, sem entender o abuso excessivo de autoridade do policial Edmilson José de Castro. Estávamos com muito medo, inertes e inermes. Segurando os filhos, querendo sair dali e nunca mais voltar.

Esse foi o episódio.

Em casa, conversando com amigos e parentes que presenciaram a cena horrível, conversando com meus filhos e meu marido, resolvemos que era melhor deixar o acontecido por lá. Afinal, íamos sempre a Gonçalves, porque tenho sítio lá, adoramos o lugar, não queríamos criar um ambiente constrangedor e temível. Estávamos com medo de o policial atirar em alguém, tenho netos pequenos e achei melhor ficar o mais longe possível dele.

Bom, quando penso que o episódio terminou, ledo engano. Um ano e meio depois, recebo uma carta precatória que dizia que o Cabo Castro havia me processado, eu e minha filha, por dois crimes: desacato de autoridade e ameaça.

Com isso, penso em várias coisas:

1) Quando mais rezo, mas assombração aparece, fugi do desequilíbrio de um policial em Gonçalves e caí na armadilha dele, tempos depois (isso que vivo, sendo processada por dois crimes, é demais pra mim, é uma assombração e tanto);

2) Minha filha está em tratamento psiquiátrico e psicológico desde, está com Síndrome do Pânico;

3) Como posso ameaçar um policial armado com uma arma enorme? (não entendo de armas, tanto que, só sei descrever o tamanho da que o policial usava). Como se ameaça desarmado um policial armado?

4) Como posso ter cometido desacato se ele estava desequilibrado e eu e minha filha estávamos caladas, apavoradas e em estado de choque?

5) Como cometi desacato à autoridade de um policial em exercício e ele não me prendeu?

Essas perguntas ficam em minha cabeça impedindo-me de trabalhar e de viver normalmente. Por essa razão resolvi divulgar ao mundo as histórias de abuso de autoridade. Quem for a Gonçalves, não pare na cidade, caso o cabo estiver por lá, tente passar despercebido, porque ele adora mostrar que é autoridade, quem manda é ele, adora amedrontar, deixá-lo paralisado, “mijando” nas calças e com um episódio de horror na vida. Não pare nas queijarias e lojas de vinho, nem a pé nem de carro, não compre na da em Gonçalves, ao avistá-lo, torne-se invisível e a única forma de escapar do desequilíbrio desse homem que ameaça em forma de violência e abuso.

Enviado por Vânia Coelho

10 comentários:

Amanda disse...

Em uma certa pesquisa,acabei parando aqui.E confesso que o titulo me chamou bastante atenção.Sou moradora de Gonçalves e o policial Castro sempre foi soberbo e nunca agradou a agrande maioria da cidade.Esse mesmo policial já demonstrou algumas vezes sua ousadia.Há algum tempo,cabo castro foi transferido para outra cidade,isso não quer dizer que todos estão em paz,pois ele tem família por aqui e vive passeando por aí bêbado,dirigindo a muitos quilômetros por hora. Sou sobrinha da Maria Áurea do sertão,e junto a ela senti uma imensa vergonha ao ler isso e peço imensas desculpas ( se é que isso é possível)pelo trauma causado.

ma disse...

o cabo castro ja foi embora de gonçalves grasças a deus

?????????? disse...

sou de Gonçalves!Ja presenciei muitos de seu ataques de abuso de autoridade. Me lembro até hoje que um certo dia ele passou o dia todo bebendo enchendo a cara e no mesmo dia Havia uma festa na cidade. A noite ele vestiu sua farda e se juntos a todos os seu companheiros de profissão cujo todos da mesma laia.Saiu pelas ruas bebado de farda espancando todos que vissem pela frente inclusive eu! ele falava comigo gritando e eu sentia o bafo de cachaça.E os outros todos o ajudaram a fazer esses abusos barbaros. Tambem me lembro que um dia ele tava bebado com sua familha no seu carro como sempre muito bebado quase não consequindo andar! em alta velocidade na rua da vila dona olivia ele se chocou contra um poste e quaze mata sua esposa e sua filha. E nenhuma providencia foi tomada. o sargento da cidade abafou o caso e nada conta ele foi feito. ai eu pergunto? E se fosse nós pessoas comuns? o que aconteceria?

gilsemar disse...

também tive problemas com ele...más não fui adiante por que fazer um b.o contra ele me prejudicaria entrar onde estou hje(força aérea)não era só cmgo,era com meu irmão tmbém,graças a deus ele foi embora...para o bem d todos...

eu disse...

Porque vcs so veem as coisas ruins,porque não comentam o episódio do garotinho que morreu afogado e que ele e alguns colegas de serviço com seu ato conseguiram fazer uma barricada em certa cachoeira por ai e conseguiu resgatar o corpo da criança.Aposto que isso vcs não ouviram falar não é? Quero que vcs pense nessa frase o cair é do homem mas LEVANTAR É DE DEUS quem de vocês nunca errou.E Não julgue para não ser julgado.DEUS OS ABENÇOE EM NOME DE JESUS.

** disse...

Soldado Castro nem é tão ruim assim;
se ele agil dessa maneira foi por algum motivo justo...
As pessoas tem mania de ver só o lado ruim dos outros julgam por qualquer atitude.
e as coisas boas que ele fez??isso nao conta em nada!??

pense bem: policia é ruim pra quem nao presta!!

ocnarb otid disse...

Conheço quem são as pessoas que estão falando do Castro e outras imagino quem seja, vcs estão falando mal dele porque ouviu alguem falar algo ou porque: ele acabou com roubos e furtos na cidade, não deixava que a droga entrasse em nossa cidade e atingisse nossos filhos, acabou com a bagunça de motos barulhentas aqui. Sei não hein gente tá meio obscuro essa revolta.

Dan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dan disse...

Esse soldado é mesmo um péssimo profissional, policial e cidadao
Inventa histórias de desacato e outros crimes que as pessoas que ele quer prejudicar nunca cometeram
Policial ruim tem em todo lugar, mas parece que Gonçalves é "step" pra PM de minas, mandam os piores policiais pra cá, só aparece PM tranqueira
E para você autora e protagonista desta história meus sinceros pêsames pela sua péssima esperiencia, e me desculpe mas para mim você nao escreve como uma jornalista, professora e muito menos escritora

Unknown disse...

Este cara é um estúpido, eu morava em Gonçalves em 2010 e aconteceu um caso semelhante comigo e um irmão e um amigo, fomos abordados de uma forma incoerente e tivemos armas apontadas para a gente, é claro que fizemos a denuncia do tratamento logo em sequencia no batalhão ao qual o cabo em questão era subordinado na época, mas como todos sabem que de nada adianta foram colocados panos quentes no caso. Fico triste ao saber que mais pessoas foram vitimas deste animal.