Pois bem, no primeiro momento foi tudo uma maravilha. Saía da faculdade aliviado, sem pressa para pegar a condução. Pedalava conversando comigo mesmo, pensando no dia que se passou, até chegar a minha residência. Porém, com o passar do tempo, a situação mudou.
O stress dos congestionamentos e a falta de educação para com os ciclistas me contaminaram de tal forma que estou a ponto de explodir. Todos os dias levo várias fechadas, xingamentos, além de ouvir gracinhas de gente que se acha melhor que eu por ter a porcaria de um automóvel. A vocês, meu desprezo.
O desrespeito chegou às academias também. Onde eu malho, trata-se de um lugar com estrutura invejável, até bicicletário tem. Vocês acham que o povo respeita esse espaço? Negativo senhoras e senhores. Todo dia me deparo com carros estacionados quase que colados nos setores reservados para as bicicletas. Hoje, eu explodi.
Assim que cheguei à academia me dirigi ao bicicletário, como faço todos os dias. Uma “dama” estava se matando para estacionar o veículo dela, detalhe: junto ao nosso setor. O segurança veio até minha direção e pediu que eu, por favor, colocasse minha bike em outro local. Foi a gota d’água. Como diria o poeta: a fome com a vontade de comer!
Encaminhei várias palavras de baixo escalão para a mulher, que se achava no direito de parar ali. O segurança pediu que eu me acalmasse e mandei-o para aquele lugar também, além de dizer que, se eu chegasse da malhação e tivesse um arranhão sequer na minha bike, o bicho ia pegar. Vocês acham que ele teve coragem de me enfrentar? É claro que não.
Atleta que sou, pedalo para chegar mais rápido aonde quer que eu vá, além de manter minha saúde em dia. Ciclista não é invisível, trabalha, come, sofre, dorme, como qualquer bonzão que utiliza carro. Somos seres humanos e exigimos respeito, bando de coitados apressados e sem educação!
por Guilherme Derrico
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